A inflação registrada em maio foi menor do que a registrada em abril, para todas as faixas de renda. A desaceleração inflacionária ocorreu principalmente por conta da melhora dos preços dos alimentos no domicílio e da deflação do grupo transportes. Os resultados são do indicador Inflação por faixa de renda, divulgada nesta segunda-feira (16) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
O índice inflacionário geral caiu de 0,43%, em abril, para 0,26% em maio. Considerando cada uma das faixas pesquisadas, a classe que apresentou o maior índice inflacionário foi a de renda muito baixa (0,38%). Já a classe com o menor registro, foi a das famílias com renda alta (0,08%), impactada pela queda nos preços das passagens aéreas e dos combustíveis.
Com a incorporação do resultado de maio, no acumulado do ano, a faixa de renda muito baixa é a que apresenta a maior inflação (2,99%), pressionada, especialmente, pelas altas de 4,1% dos preços dos alimentos no domicílio e de 3,9% da energia elétrica nos cinco primeiros meses deste ano. A faixa de renda alta foi a que apontou a taxa menos elevada (2,3%), beneficiada pela queda de 28,5% das passagens aéreas. Já no acumulado de doze meses, a faixa de renda baixa registra a maior inflação (5,47%), ao passo que o segmento de renda alta apresenta a menor taxa (5,15%).
Nos últimos doze meses, as principais pressões inflacionárias vieram dos grupos alimentos e bebidas, habitação, transportes e saúde e cuidados pessoais. No caso dos alimentos consumidos no domicílio, mesmo com a queda de 12,4% nos cereais e de 26,1% nos tubérculos, os aumentos significativos de itens como carnes (23,5%), aves e ovos (11,7%), óleo de soja (21,5%) e café (82,3%) foram os principais responsáveis pela pressão desse grupo. No que diz respeito à habitação, o impacto, sobretudo para as famílias de menor renda, veio dos reajustes da energia elétrica (3,4%) e gás de botijão (6,1%). Em saúde e cuidados pessoais, os maiores impactos em doze meses vieram dos produtos farmacêuticos (4,6%), itens de higiene (4,9%), serviços de saúde (6,9%) e planos de saúde (6,9%).
Já no grupo transportes, os destaques foram as altas das tarifas de ônibus urbano (5,6%), intermunicipal (4,9%) e interestadual (4,1%), de transporte por integração (10,0%) e por aplicativo (23,4%), além dos reajustes da gasolina (7,7%) e do etanol (12,3%). Para as famílias de renda alta, os aumentos de 5,6% em serviços pessoais e de 6,5% nas mensalidades escolares também fizeram com que os grupos despesas pessoais e educação exercessem uma pressão mais relevante sobre a inflação desse segmento.
Fonte: ipea.gov.br